Na sociedade patriarcal, uma mulher pode ser tudo menos
inteligente, autoconfiante e estar disposta a quebrar regras. Não tem coisa que
incomode mais o patriarcado do que uma mulher inteligente e segura de si!
Durante muito tempo, cuidar do lar, educar os filhos, servir
ao marido eram as únicas ambições permitidas às mulheres. O acesso a educação
foi uma das mais importantes conquistas da luta feminista, aprender a ler, a escrever,
se matricular numa escola, frequentar uma universidade, é algo muito recente na
história das mulheres. E infelizmente, ainda hoje o acesso a essa grande
conquista não está ao alcance de todas.
Ainda que muitas mulheres tenham se apropriado deste direito e
seguido carreiras de trabalho brilhantes e colecionado produções científicas memoráveis,
pouquíssimas delas são lembradas ou até mesmo conhecidas nos dias de hoje.
“Quando pensamos em física, não deveríamos lembrar só de
Albert Einstein, mas também de Emmy Noether, uma matemática brilhante para
física teórica. Todos deveríamos saber que foi Rosalind Franklin quem descobriu
a estrutura de dupla hélice do DNA, não James Watson e Francis Crick. Ao
admitirmos os avanços na tecnologia da computação, lembremos não só de Steve Jobs
ou Bill Gates, mas também de Grace Hooper, a criadora da programação moderna.”
É o que nos diz Rachel Ignotofsky que escreveu e ilustrou “As
Cientistas – 50 mulheres que mudaram o mundo”, no intuito de dar visibilidade
a essas mulheres cientistas pouco conhecidas, ela também espera que esse
trabalho possa inspirar garotas e mulheres a seguirem suas paixões e seus
sonhos.
Com uma linguagem direta e ilustrações dinâmicas, o livro é
um convite a revisarmos nosso conhecimento sobre a história das ciências.
Muitos dos avanços que usufruímos hoje, foram conquistados graças aos esforços
desses mulheres cientistas, que além de trabalhar muito para desenvolver suas pesquisas,
ainda tiveram que enfrentar preconceito, machismo e até mesmo boicotes de seus
trabalhos.
Além de absolutamente informativo, este livro é uma fofura.
Não canso de ler e reler, e a cada releitura compreendo mais o quanto precisamos
incentivar os estudos das ciências entre as garotas e mulheres. Temos tanta
capacidade quanto os homens para fazer ciência e revolucionar o mundo, não
podemos deixar jamais que nos façam pensar o contrário! É uma boa escolha literária para começar a dialogar com meninas sobre, "papeis de mulher".
SOBRE A AUTORA:
Rachel Ignotofsky se formou com honras no
programa de Design Gráfico da Tyler School of Art em 2011. História e ciência a
inspiram e ela acredita que a ilustração é um recurso poderoso para tornar a
aprendizagem científica e poder feminino. Para saber ver mais da arte
educacional de Rachel e saber mais sobre ela, visite www.rachelignotofsky.com
Karina Guedes
@okarapoetica